Pela segunda noite seguida, os minutos de desconto provocaram “cambalhotas” e, desta vez, foi a Itália a deixar a Croácia praticamente afastada da próxima fase. Não me recordo de um Europeu com tão bom futebol, jogos empolgantes e tanta reviravoltas. Nem uma cineasta escreveria uma história destas. Why so special?
Voltas às origens
Ao bom estilo italiano, o selecionador italiano montou a equipa a jogar para o empate com um 5-3-2 em momento defensivo e 3-4-3 a atacar. Trouxe Darmian para o eixo defensivo junto a Callafiori e Bastoni, pediu a Di Marco e Di Lorenzo que se expusessem nas alas e colocou Raspadori e Retegui como homens mais adiantados. Em momento de construção, Jorginho e Barrela funcionaram (ou deviam ter funcionado) como pêndulos, e Pellegrini subia no terreno colocando-se em linha com Raspadori, deixando Retegui como referência entre os centrais.
Apesar de algumas oportunidades durante o jogo, maioritariamente em bolas paradas, os Azurris pareceram perdidos durante grande parte da partida e sobrecarregaram o lado esquerdo. Quando foi preciso assumirem o jogo, só depois do 1-0 da Croácia, a equipa transmitiu uma clara falta de ideias e alguma apatia, vivendo de rasgos individuais de Chiesa e de cruzamentos para a área. O que faz ainda com que se perceba menos a ideia de Spalletti para o jogo. Se a estratégia passava por colocar a bola na área, que sentido faz deixar Scamacca no banco até aos 75 minutos da partida? Assistimos a Spalletti voltar a ser o treinador banal que sempre foi. Voltou às origens.
O futebol são oportunidades
Há 2 épocas Ricardo Calafiori esteve presente na “catastrófica” derrota da Roma perante o Bodo Glint por 6-1. Sempre foi visto como uma grande promessa do futebol italiano, mas desde aí foi sinalizado por José Mourinho que aprovou o empréstimo do defesa italiano ao Génova, onde em meia época somou apenas 3 jogos. No final da época transferiu-se para o Basileia e para a liga Suíça, o que fez com que se pensasse que Calafiori nunca iria atingir outros patamares europeus. Estávamos todos enganados. Depois de alguma regularidade na Suíça, Thiago Motta pediu a a contratação do jogador e depois de uma época estrondosa, que colocou a equipa do Bologna na liga dos campeões, o central conquistou a titularidade da seleção italiana no europeu. Ontem, aos 96 minutos de jogo, transportou todo um país às costas, levando a bola da defesa para o ataque e desbloqueando toda a seleção croata, para depois oferecer um grande golo a Zacagni. No final, a emoção falou mais alto. O futebol são as oportunidades…
Só um à parte (não me façam rir)
A seleção brasileira empatou na madrugada de hoje com a Costa Rica. Seremos sinceros. Esta equipa passava em algum dos grupos caso estivesse no Euro? Tenho sérias dúvidas.
Há qualidade? Sim, bastante. Tem nível para bater as melhores seleções do mundo? Não. É top 10 mundial? Não me façam rir.
Ps: Por favor Dinamarca! Por favor Polónia!